Apesar de estarmos em 2023, ainda existe preconceito por parte das empresas na contratação das mulheres que são mães. Muitas organizações não contratam mulheres com filhos, que planejam tê-los e até demitem as que retornam de licença maternidade e alguns dos motivos que podem levar a essas escolhas são: possíveis faltas no trabalho por causa do filho, não priorizarão da carreira e dificuldade em conciliar os papéis de mãe e profissional. Na realidade acontece uma previsão negativa e as mães são julgadas e punidas antes mesmo dos acontecimentos. Claro que algumas dessas situações podem acontecer, mas não podemos generalizar.
Eu acredito que antes de qualquer decisão as empresas, a área de recursos humanos e lideranças devem ter um olhar mais humanizado e empático para essas profissionais.
É claro que não é simples conciliar a vida de mãe e a área profissional, principalmente nos primeiros anos de vida da criança, porém eu considero possível conduzir esses papéis. Para mim uma área não anula a outra. E falo sobre isso por experiência própria, porque voltei ao trabalho depois da licença maternidade, quando meu filho tinha 5 meses.
Como já comentei eu acredito que ter filho não é um impedimento para ter uma carreira de sucesso, pois considero que a maternidade desperta na mulher uma força interna realizadora e impulsiona a buscar objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais. Mas tenho clareza que muitas mulheres preferem ser mães integralmente e deixam a carreira de lado. As escolhas são muito particulares e cabe a cada uma essa decisão.
Apesar de ter destacado alguns obstáculos da maternidade meu objetivo com esse texto é descrever a respeito das competências comportamentais desenvolvidas nesse período e os aspectos positivos na vida de mãe.
Soft Skills e a maternidade
Ser mãe para mim é muito especial. Eu amo maternar, estar com meu filho e viver essa jornada de aprendizado contínuo. E apesar das dificuldades viveria tudo novamente. Foi a melhor escolha da minha vida!
E mesmo sendo maravilhoso gerar, ter e criar um filho – e muito desafiador, claro – somente ser mãe não me realizava. Estava feliz e sou até hoje, porém optei em continuar com a minha carreira, porque o trabalho me importava e me realizava – e REALIZA! Mas para o meu SERVIR fluir precisei de rede de apoio – pai, avós, creche -, fazer mudanças na minha vida e me adaptar as novas demandas. De modo geral a minha área profissional não parou, mas durante os primeiros 03 anos de vida do meu filho ele foi prioridade.
Para mim a maternidade gera impacto significativo na vida da mulher, entretanto cada uma sente as mudanças de forma diferente, até porque cada pessoa reage de maneira diferente em experiências parecidas. E isso quer dizer que nesse processo serão desenvolvidas habilidades diferentes em cada mãe.
Uma mulher quando se torna mãe passa por situações novas e inesperadas. É um período de grande transformação interna.
Meu filho nasceu a 15 anos atrás e percebo mudanças em mim. Algumas ocorreram logo no início e outras ao longo desses anos. Posso dizer que a Carla depois de ser mãe é um ser humano melhor.
Ser mãe me tornou uma mulher mais forte e determinada, e esse efeito foi observado na área pessoal e profissional. Mas sei que algumas mudanças só foram possíveis porque sou uma pessoa que busca o autoconhecimento e aprimoramento.
Destaco aqui 05 competências comportamentais que desenvolvi com a maternidade:
Todas as habilidades que destaquei acima são muitos próximas e considero que uma impulsiona a outra em seu desenvolvimento. Para mim a adaptabilidade é a primeira a ser aprimorada ou desenvolvida, pois as mudanças começam antes do nascimento do bebê. É na gestação que a mulher precisa se adaptar as primeiras alterações emocionais e do corpo. Depois, quando o bebê nasce vem uma enxurrada de mudanças: novas alterações corporais e emocionais, choros da mãe e do bebê, doenças inesperadas do bebê, problemas para resolver, decisões urgentes para tomar. A vida com o bebê recém-nascido é cheia de novidades e mudanças. E a cada fase da vida do filho, vamos nos transformando também.
No início fui aprendendo a lidar com engasgos e não me apavorar, ter equilíbrio emocional quando meu filho se machucava, lidar com choros, negociar compras, resolver imprevistos. Realmente a maternidade é uma escola, mas as vezes não tomamos consciência do nosso potencial, porque estamos exaustas cuidando dos filhos – e equilibrando os demais papéis – com amor e dedicação.
Além das Soft Skills que destaquei acredito que outras podem ser aprimoradas, são elas:
E com tantas habilidades que é possível desenvolver nesse período se faz necessário que as empresas tenham um olhar sem preconceitos para essa profissional, observem seu potencial e o quanto ela soma para o cargo e organização.
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